As relações entre afeto e dinheiro
Solange Maria Rosset
Outubro 2011
Alguns aspectos são importantes de serem considerados ao se falar sobre as relações do dinheiro na família:
Paralelo a estes itens vai se desenvolvendo um aumento dos níveis de exigência que dificultam as relação afetivas e familiares. Auto exigência de ser provedor, de não faltar ao outro e exigência com relação ao outro para que seja grato e devolva em afeto o que recebeu em dinheiro ou bens materiais.
Toda família tem seus próprios significados do uso do dinheiro.
Cada família têm situações internas, conscientes ou não que definem o valor que o dinheiro tem, a importância dele, a forma que se deve/pode lidar com ele.
Essas definições são orientadas pelos mitos familiares, regras familiares, valores e questões multigeracionais.
Muitas questões e dificuldades emocionais podem ser depositadas no dinheiro.
Tendo em vista que o dinheiro é um elemento importante na vida das pessoas, ele serve de depositário das dificuldades emocionais e relacionais.
É inegável que existe uma crença de que o dinheiro dá poder, então as relações afetivas/familiares se misturam na questão dinheiro/poder/afeto.
Na compreensão relacional sistêmica o foco é o padrão de funcionamento do sistema – família, casal, indivíduo. Portanto ao olharmos para como as relações afetivas e de dinheiro se desenvolvem, estamos falando do padrão de funcionamento daquele sistema.
Ao avaliarmos as dificuldades familiares, o foco não será o uso da questão dinheiro, mas sim como, para que ele está servindo para aquela família, naquele momento específico.
Então vamos olhar como aquela pessoa ou aquela família lida/usa a questão do dinheiro na sua forma de funcionar.
Nessa compreensão de Padrão de Funcionamento, o dinheiro pode ser um desencadeador das aprendizagens necessárias.
Trabalhando com padrões de funcionamento familiares, podemos usar a questão do dinheiro para desenvolver aprendizagens específicas de cada família/casal ou indivíduo que estão sendo necessária naquele sistema ou naquele momento.
* Texto escrito a partir da Mesa Redonda “O papel do dinheiro na família”, no Quartas feiras no CRP, em 5/10/11.