Avaliações de final de ano

Solange Maria Rosset

Dezembro de 2015

 

Ainda estamos em início de dezembro, mas as lojas, as pessoas, as agendas e os projetos já estão funcionando como se o ano estivesse nos últimos dias. E aí, vale também avaliar o ano e pensar no próximo.

Essa questão do tempo organizado num calendário, no qual o ano depois de 12 meses chega ao fim, é uma boa estratégia para lidar com a finitude, com a sensação de renascimento a cada novo ano, com a possibilidade de refazer projetos. Mas, também é uma boa oportunidade de nos interiorizarmos e pensarmos como foi que planejamos o ano e como foi que o vivemos.

Muitas  vezes surge a sensação de que algo a mais poderia ter sido feito e de que os objetivos não foram totalmente atingidos. Aí, pode brotar a culpa: será que não nos empenhamos o suficiente? Ou, apenas nos esquecemos daquilo que antes parecia importante? Ou, pode surgir a sensação de não ter recebido tudo que esperava do ano que está findando.

Neste momento, vale fazer uma reflexão sobre como organizamos os objetivos, que parâmetros usamos para defini-los. E, mais importante ainda, vale avaliar que comportamentos impulsivos ou repetitivos temos usado para definir as metas e propostas de um ano novo.

E, então, a partir desses cuidados podemos definir o que queremos do ano que se iniciará em breve. Alguns novos olhares podem auxiliar a definirmos como vamos estar no final do próximo ano, ao avaliarmos o que pretendíamos e o que fizemos.

A vida é um espaço de aprendizagens; por esta razão podemos pensar quais aprendizagens poderíamos ter feito no ano que passou e não fizemos. E a partir disso defini-las para o próximo.

Até podemos definir grandes aprendizagens, desde que subdividida em pequenos passos, para que possamos acompanhar o andamento da aprendizagem, qualificando todas as pequenas vitórias, sem o risco de nos frustrarmos porque não atingimos a grande meta. E, é importante definirmos as nossas aprendizagens, sobre as quais temos potencia e competência na administração, e não focarmos nossa expectativa nas aprendizagens que desejamos que os outros tenham.

Além das metas pessoais, de aprendizagens, controles e mudanças, podemos definir objetivos relacionais. O cuidado com as relações, seja com parceiros, amigos, ou familiares pode ser uma proposta muito interessante e gratificante.  Entre as proposições capazes de levar mais harmonia e intimidade às relações  podemos destacar:

Valorizar as pequenas gentilezas. Gestos espontâneos de demonstração de afeto e consideração, independentemente de o outro ter feito algo de bom, desencadeiam bons sentimentos. O agrado faz bem tanto a quem o oferece quanto a quem o recebe. Mas dá trabalho. É preciso estar atento, programar-se e criar oportunidades. Lembrar dos aniversários, dar um mimo que faça diferença para o outro, ouvir, telefonar sem objetivos rigorosos são alguns bons exemplos.

Transformar o abraço em forma constante de interação. A força curativa do abraço já foi estudada e definida como uma das formas de resolver questões difíceis numa relação, de trocar afeto, de pedir perdão, de perdoar e de passar mensagens sem precisar falar.

Evitar o que já sabemos que não resolve. Quando se encontram tomados por sentimentos intensos, as pessoas geralmente repetem comportamentos que não só não solucionam os conflitos como podem agravá-los. Que tal procurar novas formas de contatar, de conversar, de lidar com as dificuldades relacionais?

Preparando objetivos focados nas aprendizagens pessoais, com pequenos passos, e cuidando das relações teremos menos possibilidades de ficarmos frustrados na avaliação no final do próximo ano.