Carência afetiva e expectativas relacionais

Solange Maria Rosset

Outubro de 2018

 

Quando falamos sobre carência afetiva, é comum misturarmos situações de profundo abandono no processo de desenvolvimento – que acarretam uma sensação de nunca conseguir receber o que precisa ou gostaria – com situações que em que a “carência” é usada como álibi para não realizarmos aprendizagens e mudanças, ou para diminuir a própria responsabilidade nas situações relacionais.

O processo disfuncional ocorre, quando a carência (necessidade ou álibi) desencadeia um excesso de expectativas no relacionamento. Este excesso de expectativas desencadeia inevitavelmente frustrações -que por sua vez não são enfrentadas como algo para se aprender- que servem de justificativas para recaídas em padrões de cobranças, explosões emocionais e o comportamento de culpar a pessoa que o frustrou.

Dificuldades, carências, frustrações são bons mapas para nos mostrar o que estamos precisando enxergar, aprender e mudar.

Compreender desta forma possibilita vivermos nossos relacionamentos usufruindo o que temos de bom e prazeroso e usando as pistas para auto consciência e auto desenvolvimento.