Relações Familiares - Irmãos

Solange Maria Rosset

Abril de 2013

 

Ter irmãos sempre foi uma realidade banal que não se discutia. Hoje, ter filhos, ter só um filho ou vários é uma escolha. Então, a questão da importância ou não de ter irmãos passou a ser avaliada, discutida e trabalhada para colher bons frutos dessa relação.

O grupo de irmãos – mesmo que só de dois – é o primeiro laboratório social da criança. É o espaço onde se aprende e se treina de forma protegida a negociar, cooperar e competir. Esse treino é muito importante para a vida adulta e engloba descobrir formas “positivas” e  “negativas”  de lidar com essas questões e com os sentimentos ligados à elas. O espaço familiar e entre os irmãos é o local afetivo e seguro para descobrir habilidades e características pessoais e desenvolver estratégias.

Os irmãos que conseguem realizar esta experiência de forma permissiva e segura podem crescer e se tornar adultos usufruindo do lado bom de ter irmãos e colocando os limites necessários para terem autonomia e privacidade.

Irmãos adultos funcionais sabem que podem contar um com o outro. Se um precisar de cuidados, de carinho, de presença, de um afago, de um ouvido amigo o outro dará. Se um precisar de limite, de orientação, de aprendizagem, aceitará que o outro lhe dê. As verdades podem ser ditas, o amor pode ser expresso mas também podem calar e respeitar.

Por outro lado, uma relação fraternal saudável tem distância. Dará espaço para as relação amorosas e conjugais pessoais. Dará espaço para a privacidade, para os segredos, erros e decisões pessoais.

Se eles treinarem a ter proximidade e distanciamento, afeto e brigas, invasão e respeito, competição, rejeição, perdão, e todas as outras possibilidades de emoções e relações terão aprendido a manterem uma relação afetiva e autônoma como adultos, entre eles e nas suas outras relações.