Relações Familiares: Limites como tarefa dos pais

Solange Maria Rosset

Janeiro 2013

 

Muito se tem falado sobre a falta de limites das crianças atuais. Um dos riscos de muito se falar é só falar. O importante neste assunto é falar, refletir e colocar em prática.

Se as crianças fossem deixadas para se desenvolverem sozinhas não sobreviveriam, pois na tentativa de ensaios e erros correriam muitos riscos. Cabe aos pais – ou seus substitutos – proteger as crianças nesse processo de desenvolvimento.

Os pais mais hábeis são aqueles que conseguem deixar os filhos experimentarem e descobrirem, mas que, estão disponíveis para auxiliar e ensinar quando for necessário ou quando forem solicitados.

Dizer “não”, definir regras e fazer contratos claros  são tarefas de pais. É no seio da família que essa vivência de limites precisa começar e ser vivida como natural.

A criança que percebe que tem adultos firmes e seguros zelando pela sua vida e segurança se sente amada e confiante. E esses sentimentos são básicos para a construção da auto estima e da sensação de competência.

Isto não significa que a criança dirá sempre “sim” para o limite e para as regras que receberá. Faz parte do processo de desenvolvimento e de definição da identidade brigar e questionar essas decisões. Isto é saudável e um dos itens importantes para que a criança aprenda a questionar, lutar, flexibilizar, respeitar, negociar, ceder.

Sabendo disto, os adultos deveriam fortalecer suas crenças e definições, refletindo sobre o que é possível flexibilizar e o que deve ser mantido de forma mais rígida. Assim, poderão auxiliar as crianças a se construírem como adultos mais éticos, respeitosos, compassivos e criativos.