Sinais de imaturidade nos relacionamentos
Solange Maria Rosset
fevereiro de 2022
Num relacionamento, como na vida em geral, nada é muito linear, pois as variáveis são inúmeras e a complementariedade na maioria das vezes é inconsciente. Um dos empecilhos que os casais encontram para enxergar suas dificuldades é que a maioria das compulsões relacionais que eles têm são inconscientes e automáticas.
Para muitos casais, saber teoricamente sobre comportamentos que trazem os sinais de imaturidade da parceria pode ajudar muito a ficarem atentos, e enxergarem que esses sinais são desencadeados pelo padrão da relação e não por dificuldades ou maldade de um dos parceiros.
Muitos sinais, de que a relação precisa de cuidados, são específicos de cada relação, mas existem alguns, que citarei a seguir, que, se forem observados e cuidados, o relacionamento já estará num caminho mais seguro.
A possessividade é sem dúvida um dos comportamentos imaturos de casal. E não importa se é um, o outro, ou os dois que são possessivos, o que precisa ser compreendido é que faz parte de um dos aspectos da relação. E se enxergarem, o casal pode fazer acertos e contratos para terem maior controle desse comportamento.
Ficarem sem se falar é um comportamento recorrente nos casais. E ele não é útil, porque dá espaço para interpretações errôneas, para mágoas, para retaliações e vinganças.
Forçar cenas de ciúmes fazendo o que já sabe que deixa o outro inseguro ou enciumado é um comportamento que desencadeia uma série de ações automáticas que podem levar a muito sofrimento e até ao final do relacionamento.
Brincadeiras e piadas em excesso levam o casal a desenvolver álibis muito poderosos, como por exemplo: “só estava brincando”, “você precisa ser mais flexível, ou bem humorado, ou leve”, que não ajudam a criar um espaço tranquilo e sim, desencadeiam desculpas e a manutenção do padrão.
Agir por impulso sendo reativo, é um dos comportamentos responsáveis por inúmeras situações irreparáveis; pois o que for dito ou feito no automático, com a desculpa de que só está fazendo ou dizendo porque o outro já fez antes, cria situações que saem do controle.
Enxergar os aspectos menos maduros do relacionamento é a porta para transformar a relação em algo que possibilite crescimento e desenvolvimento. E, como digo repetidamente: ter determinados comportamentos compulsivos na relação, não é bom nem ruim; mas pode ser muito útil se forem usados para desenvolver consciência dos seus próprios funcionamentos. Com suas consequentes aprendizagens e mudanças.