"Temperos e venenos na sexualidade da família"
Solange Maria Rosset
Agosto de 2010
Na compreensão relacional sistêmica a sexualidade é um dos aspectos do padrão de funcionamento do indivíduo. Esse padrão de funcionamento é estruturado no seio da família de origem.
Dependendo da forma que a família lida com os vários aspectos da sexualidade vão se organizando os conceitos, os comportamentos e os sentimentos que definirão o padrão de funcionamento que a criança e o adolescente terão no futuro como seres sexuados.
Apesar de que a forma como os pais lidam com esse assunto depende das suas experiências como filhos, eles podem se trabalharem para serem pais mais funcionais para seus filhos. Acima de tudo é importante um exercício de bom senso e equilíbrio.
Uma postura funcional pode facilitar que a sexualidade seja vista e vivida como uma riqueza das relações e das pessoas. A forma que a família introduz e lida com esse assunto pode acrescentar “temperos” ou “venenos” à vida sexual.
Algumas possibilidades se apresentam, ao acompanharmos famílias em terapia de família ou em supervisão de pais, para facilitar o encaminhamento das questões sexuais na família:
- a sexualidade – conversas, compreensões, respeito - faz parte da rotina familiar, sem excessos e sem evitamentos;
- a sexualidade é vista como expressão de afeto;
- a sexualidade está sempre ligada ao respeito à intimidade;
- a sexualidade deve ser alimentada através do carinho, compreensão e admiração;
- as dificuldades sexuais são dificuldades da relação;
- a sexualidade é a expressão da relação mais intima entre duas pessoas;
- a liberdade é conquistada após prova de competência e responsabilidade;
A tarefa do terapeuta de família é auxiliar os pais a lidarem com suas próprias dificuldades de relacionamento e sexual para ficarem aptos a lidarem com a sexualidade dos seus filhos de forma construtiva e respeitosa.
Texto apresentado na SubPlenária, no IX Congresso Brasileira de Terapia Familiar, 14 de agosto de 2010, Búzios, RJ.